Delfina Rocha
Dez Noventa
Indice
Delfina Rocha
Meu processo criativo vem sendo atravessado pela necessidade de descondicionar o olhar de vivências anteriores, para refletir sobre dores e angústias. O foco das minhas pesquisas é o tempo e o espaço, vinculado ao meu universo particular, onde o tempo é abordado de forma não mais linear e os espaços tornam-se territórios de conflito, impermanência e ausência. Deslocando-se por dentro dessas questões, recolho fragmentos de lembranças e esquecimentos na construção de minha poética artística
Bio
Fotógrafa autodidata, teve o seu primeiro contato com a prática da fotografia quando montou um laboratório para revelar e copiar filmes em preto e branco, no início da década de 1980.
Entre 1982 a 1986 foi assistente do renomado fotógrafo Chico Albuquerque, o que possibilitou sua introdução nesta área, de forma mais profissional. Transferiu-se para o sudeste em 1987, onde trabalhou como fotógrafa de publicidade e de cena para cinema no Rio de Janeiro e em São Paulo até 1993. De volta à Fortaleza em 1995, abriu seu estúdio para atender ao mercado publicitário e aos editoriais de moda.
Após 30 anos dedicados à fotografia comercial, em 2015, retomou os estudos e a prática da fotografia autoral, participando de diversas formações e grupos de estudos sobre a imagem contemporânea. No ano de 2019, passa a integrar o coletivo “Sol para Mulheres” e ao grupo de estudos” Imagem é Pensamento”. Publicou livro, recebeu prêmios e participa de exposições.
Delfina Rocha
Il mio processo creativo è stato attraversato dalla necessità di decondizionare il mio sguardo dalle esperienze precedenti per riflettere sul dolore e sull’angoscia. Al centro della mia ricerca ci sono il tempo e lo spazio, legati al mio particolare universo, dove il tempo viene affrontato in modo non più lineare e gli spazi diventano territori di conflitto, impermanenza e assenza. Muovendomi attraverso questi temi, raccolgo frammenti di ricordi e dimenticanze nella costruzione della mia poetica artistica.
Biografia
Fotografa autodidatta, ha avuto il suo primo contatto con la pratica della fotografia quando, all’inizio degli anni Ottanta, ha creato un laboratorio per sviluppare e copiare pellicole in bianco e nero.
Tra il 1982 e il 1986 ha lavorato come assistente del famoso fotografo Chico Albuquerque, che le ha permesso di entrare nel settore in modo più professionale. Nel 1987 si trasferisce nel sud-est, dove lavora come fotografa pubblicitaria e cinematografica a Rio de Janeiro e São Paulo fino al 1993. Tornata a Fortaleza nel 1995, apre il suo studio per servire il mercato pubblicitario e gli editoriali di moda.
Dopo 30 anni dedicati alla fotografia commerciale, nel 2015 ha ripreso gli studi e la pratica della fotografia d’autore, partecipando a diversi corsi di formazione e gruppi di studio sull’immagine contemporanea. Nel 2019 è entrata a far parte del collettivo “Sol para Mulheres” e del gruppo di studio “Imagem é Pensamento”. Ha pubblicato un libro, ricevuto premi e partecipato a mostre.
Dez Noventa (2021).
Meu processo criativo vem sendo atravessado pela necessidade de descondicionar o olhar de vivências anteriores, para refletir sobre dores e angústias. O foco das minhas pesquisas é o tempo e o espaço, vinculado ao meu universo particular, onde o tempo é abordado de forma não mais linear e os espaços tornam-se territórios de conflito, impermanência e ausência. Deslocando-se por dentro dessas questões, recolho fragmentos de lembranças e esquecimentos na construção de minha poética artística. Durante muito tempo, era recorrente sonhar com a casa da minha infância e adolescência. Estranhamente, depois de 38 anos de ser vendida, o ocaso me levou de volta à ela. Agora, encontrava-se desocupada e vazia. Retornar ao espaço-casa e reencontrá-la com os ambientes surpreendentemente preservados, com os mesmos papéis de parede, o mesmo carpete, as mesmas cores, as marcas do tempo tão impregnadas de vestígios, foi uma experiência única. A partir das fotos realizadas em visitas recentes, associadas às imagens de 1972, muitas das quais feitas por mim e que estavam no álbum de família, construí dípticos e criei uma narrativa subjetivada, recuperando uma memória afetiva, dos meus primeiros espaços de “abrigo”, “refúgio” e “sonho”. Nessa série, o presente e o passado se confundem, condensando o espaço e o tempo. As imagens editadas passeiam agora publicamente, expondo a cartografia da minha intimide.
Delfina Rocha
Dez Noventa (2021). Ita
I dittici che compongono il progetto fotografico Dez Noventa di Delfina Rocha sono una rivisitazione iconografica e simbolica della casa in cui l’autrice ha trascorso l’infanzia e l’adolescenza, venduta dalla famiglia negli anni Ottanta. La parte sinistra di ogni dittico mostra la vecchia residenza vuota ritratta di recente, perfettamente conservata nel tempo con i suoi segni, alcune tracce di arredi, le atmosfere, i colori. La parte destra, invece, è occupata da fotografie scattate nel 1972, che l’autrice ha recuperato dall’album di famiglia. Attraverso un’adeguata associazione compositiva, dunque, il presente viene letto con la lente fotografica del passato fino a farci percepire una mescolanza e un addensamento spazio-temporale, ma anche il distacco da cose, circostanze o persone, che ineluttabilmente ogni atto mnemonico mette in luce. La narrazione di Delfina è evidentemente l’espressione di un processo creativo connesso alla propria sfera intima, di ricerca e proiezione della memoria affettiva, quell’universo segreto dove abitano, scambiandosi le parti, ricordi e amnesie, sogni e sensi di vuoto. La casa, così, diventa il rifugio, l’involucro e il teatro dei pensieri. La fotografia le permette di animarsi quale immagine depositaria di esperienze, significati e vissuti irripetibili dove abitare significa innanzitutto abitarsi, estendere la propria espressione di sé, narrare la propria storia tra le fila di un dialogo che tesse ritratti di ieri e scatti di oggi.
Fabiola Di Maggio
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